1 – MICROFONES SÃO TRANSDUTORES
Todos os microfones são transdutores, ou seja, transformam energia acústica (som) em energia elétrica.
Imagine um cantor. O microfone capta o som de sua voz e o transforma em um sinal elétrico que possui características análogas (daí o termo: analógico) às ondas sonoras propagadas no ambiente.
Esse sinal elétrico é encaminhado através de cabos a um equipamento apropriado (como uma mesa de som, por exemplo) para em seguida ser processado, amplificado, e/ou gravado.
2 – VARIAM QUANTO AO SEU MECANISMO DE TRANSDUÇÃO
A conversão do som em sinal elétrico (transdução) pode ser feita através de mecanismos diferentes.
Os tipos mais comuns de transdutores são: de bobina móvel e capacitivo.
O transdutor de bobina móvel é o mecanismo de funcionamento do microfone dinâmico e o transdutor capacitivo é o mecanismo de funcionamento do microfone a condensador.
Os microfones dinâmicos e a condensador são, de longe, os modelos mais usados em home studio, porém existem outros tipos menos comuns, como o microfone de fita, que utiliza um outro mecanismo de transdução (no caso, uma fita metálica dentro do campo magnético de um imã).
Vale lembrar que microfones a condensador (capacitivos) necessitam de uma tensão de alimentação para seu funcionamento. Esta tensão é chamada de phantom power e normalmente é fornecida pela mesa de som ou pelo pre-amp.
3 – CLASSIFICAM-SE QUANTO À SUA DIRETIVIDADE
Os microfones podem ser classificados em: omnidirecionais, unidirecionais (cardióides) e bidirecionais.
Cada classificação apresenta uma receptividade diferente do som em relação a sua direção.
O microfone omnidirecional capta os sons vindos de todas as direções.
O microfone unidirecional capta melhor os sons que vem pela frente e tende a rejeitar os sons vindos de trás. São subclassificados em: cardióides, supercardióides e hipercardióides.
O microfone bidirecional capta bem os sons que vem pela frente e por trás, mas rejeita os sons vindos das laterais.
4 – POSSUEM DIFERENTES NÍVEIS DE SENSIBILIDADE
Alguns microfones são mais “duros” e outros mais “macios”.
Os microfones mais sensíveis são chamados “macios” e os menos sensíveis são chamados “duros”.
O microfone dinâmico é considerado “duro” em comparação ao microfone a condensador. Este último é bem mais sensível às ondas sonoras de pouca intensidade.
Quando queremos evitar vazamentos (som de outros instrumentos ou ruídos indesejados), um microfone “duro” é mais adequado. Se querermos captar sons com maior riqueza de detalhes e sutilezas, um microfone “macio” é mais conveniente (considerando que o ambiente de gravação seja silencioso).
5 – APRESENTAM BAIXO NÍVEL DE SAÍDA
Os microfones apresentam um nível saída muito pequeno em comparação com outros equipamentos.
Enquanto uma guitarra oferece cerca de 200mV de saída, um microfone oferece, em média, 10mV apenas.
Por isso, os microfones precisam de um pré-amplificador (pre-amp) para aumentar o sinal antes dele ser processado ou convertido em áudio digital.
Os pré-amplificadores podem ser externos (racks) ou aqueles já inclusos na entrada “mic” da mesa de som ou da interface de áudio.
6 – TÊM BAIXA IMPEDÂNCIA
O conceito de impedância é um pouco complicado para leigos em eletrônica.
Ela pode ser entendida, a grosso modo, como a oposição ou impedimento que um circuito apresenta à passagem da corrente elétrica.
O que importa saber na prática é que devemos casar impedâncias, ou seja, devemos conectar a saída de equipamentos de baixa impedância em entradas de baixa impedância.
Por ser o microfone, em geral, um equipamento de baixa impedância, temos sempre de conectá-lo à entrada de baixa impedância da mesa de som ou do pre-amp. Caso contrário, ocorrerão perdas no áudio.
Para saber se uma entrada é de baixa impedância, basta verificar se ela apresenta alguma inscrição do tipo: “mic” ou “low-Z”, normalmente com conectores do tipo XLR (Canon).
7 – APRESENTAM DIFERENTES RESPOSTAS DE FREQUÊNCIAS
Um microfone, para ser bom, não precisa ser capaz de captar todas as frequências do espectro auditivo humano (20Hz – 20KHz).
Como os instrumentos musicais possuem frequências definidas de atuação, o necessário é que o microfone usado para gravar um determinado instrumento seja capaz de captar as frequências sonoras que esse instrumento emite.
O som de um bumbo de bateria não apresenta frequências agudas, portanto, se usarmos um microfone pobre na captação de agudos para gravá-lo, não teremos nenhum prejuízo na captação. Neste caso, o importante é que o microfone tenha uma boa resposta de graves.
Inclusive, a pobre resposta de agudos deste microfone até ajudaria a minimizar o vazamento dos pratos da bateria, que tem sonoridade predominantemente aguda.
A resposta de frequência dos microfones quase nunca é linear (igual em todo o espectro). Ela costuma apresentar elevações e quedas em determinadas faixas de frequência, formando assim a sonoridade própria de cada modelo de microfone.
Ludwig Calixto